João Lobo está há 20 anos no Grupo Renascença. Quando era pequeno os seus sonhos passavam pela tecnologia. Licenciou-se em engenharia mecânica mas, mais tarde, percebeu que a paixão profissional passaria por conhecer pessoas e o mundo.

Passou por empresas como a Mobil Oil e a BP, onde desempenhou cargos de marketing manager e sales manager antes de chegar ao Grupo Renascença.

O segundo episódio das Supertalks by Superbrands tem como título: "O impacto do digital na proximidade com o Público" e abordámos estratégias que os média desenvolvem para captar a atenção da audiência. Antigamente, quando ouvíamos rádio, escutávamos uma voz cujo corpo e presença ficavam apenas na nossa imaginação. Hoje, com o aparecimento das redes sociais, podemos, facilmente, encontrar uma cara para aquela voz. Isto permitiu que se estabelecessem relações mais próximas?

Segundo João Lobo, a rádio agrega um conjunto de sentidos: mantem-se plena a construção de imagens mas trouxe outras coisas, que têm obviamente a ver com a tecnologia.

Hoje podemos construir uma imagem mais real dos locutores, dar-lhes uma cara e um corpo, o que permitiu, obviamente, uma maior proximidade entre o locutor e o recetor da mensagem.

O mundo e os meios de comunicação estão em constante mudança. Em 2010, a RFM tomou uma posição no mercado e começou a tratar os ouvintes por Tu. Esta foi uma estratégia de reposicionamento para chegar a um público mais vasto ou um aspeto importante para afirmar a Marca?

As decisões que são tomadas têm a ver com a nossa vida.(...) Muita coisa mudou e foi preciso acompanhar as pessoas. Tudo depende das evoluções que ocorrem na sociedade e, nessa altura, sentimos que a evolução era suficientemente grande para permitir um tratamento mais próximo. Haviam pontos de contacto que permitiam ter uma relação especial com as pessoas, falar-lhes ao ouvido, ao coração.

As estratégias adotadas pela rádio são muitas mas sempre em vista a audiência e o target, que se tem mantido quase intacto, nos últimos tempos: entre os 25 e os 44 anos.

E, por incrível que pareça, estes são anos gloriosos para a rádio. Segundo dados a que a RFM tem acesso, ouve-se mais rádio hoje que nunca. E porque será?

Os telemóveis são o aparelho digital mais utilizado e o segundo meio de difusão da rádio. E quem ouve mais nestes aparelhos? Os jovens.

"Nunca houve tantas formas de chegar às pessoas como agora. Temos é de fazer uso delas." Afirma João Lobo.

O objetivo do marketing e, também, o seu maior desafio, é ter os conteúdos certos, torná-los apetecíveis, entregá-los com satisfação para que possam ser partilhados pelas pessoas. Entregar no equipamento certo, no tempo certo...

Quando questionado sobre que estratégias de Marketing adotar num mercado cada vez mais competitivo e, com concorrência indireta, através de outras plataformas, João Lobo responde que tudo o que se faz é a pensar nos ouvintes, nos consumidores ou nas Marcas parceiras.

Seguindo a lógica de Steve Jobs: não é tanto a tecnologia mas quem está do outro lado do fio.

Ou seja, o que é que o ouvinte está a fazer. Se está na casa de banho ou a conduzir um Porsche.

Como criar conteúdo para estas pessoas?

João Lobo responde: Primeiramente saber o que estão a fazer. O que gostariam de receber dentro de um território que é definido previamente através de um estudo continuado.

A luta não é com a concorrência mas internamente.

O mote "em todo o lado ao mesmo tempo" está relacionado com esta ideia da preocupação de que pessoas diferentes estão a viver coisas diferentes...

Foi também com este intuito de querer estar perto das pessoas que a RFM foi o primeiro meio de comunicação social a estar presente no Metaverso.

Um dos caminhos onde temos de estar é no caminho da evolução do digital, seja ele qual for. É no caminho do pioneirismo. Temos de continuar a ser pioneiros. Temos de estar onde as pessoas estão e se possível um passo à frente de toda a concorrência. Não para dizer que estamos, mas para aprender mais rápido, aprender mais cedo e para fazer melhor.

Por fim, o diretor de Marketing da RFM deixa alguns conselhos às gerações mais novas ou profissionais da área:

Todos os dias nós temos de saber o que fazer naquele dia

Não se trata de saber que tarefa desempenhar naquele dia mas a missão. Elegê-la e executá-la.

O segundo conselho que deixa, talvez a gerações mais novas, é o saber aprender. Com o mundo a mudar tão rapidamente e a sermos sujeitos a tantos desafios é importante que saibamos aprender para estarmos preparados para qualquer coisa.

Agora pode ouvir esta e outras entrevistas, sobre o mundo das Marcas, no site ou no popcast da RFM,  aqui.

Todas as quintas-feiras trazemos novos convidados para partilhar experiências e aprendizagens. Fique atento!

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