Em criança gostava de ver anúncios e decorar músicas. Pensou ser médico ou seguir advocacia mas não lhe fazia sentido, quando entrou na faculdade, aos 15 anos, ser advogado aos 20.

Ponderou o jornalismo mas enveredou pela publicidade porque ganhava mais dinheiro.

Edson Athayde, nasceu no Rio de Janeiro mas tem nacionalidade portuguesa.

Desde 1985 passou por várias agências de publicidade no Brasil, Espanha e Portugal e, em 2014, assumiu a liderança da FCB Lisboa, como CEO e Diretor Criativo Executivo. É, hoje, um dos publicitários mais conhecidos do país que empresta experiências às Marcas. 

Em paralelo à carreira publicitária, fez ainda consultoria especializada em marketing político e é o homem dos sete ofícios: professor, produtor musical, apresentador de programas de televisão e guionista.

Quando questionado sobre como se constrói a identidade da Marca, onde começa o processo, do lado da Marca ou do criativo, Edson responde:

"Quase tudo pode começar de qualquer lado e quase tudo pode ser consertado com dinheiro. Mesmo se escolher um nome ruim e repeti-lo muitas vezes ele parecerá certo. O ideal é que se escolha o melhor nome e associá-lo ao melhor produto, com a melhor comunicação (...) Há ainda a ansiedade de ter o nome perfeito. Não existe o nome perfeito. O nome perfeito é o que você gostar."

Quando questionámos sobre como criar uma relação com um público específico, Edson explicou que tem de se entender se o que se está a fazer é realmente bom. Em segundo lugar, se cumpre a necessidade de alguém e que se saiba comunicar. Não é uma receita de bolo.

"Não há receita do sucesso... é até mais fácil encontrar a receita do fracasso. "

O publicitário nascido no Rio de Janeiro confessa que, no mundo publicitário, perde-se, muitas vezes, a noção de que a direção artística é muito importante. Esquece-se que o conteúdo publicitário quando vai para a televisão/para as redes sociais, vai estar a competir com outros produtos tão bons ou melhores. A pessoa não vai parar para olhar porque o produto é excelente mas sim porque aquele anúncio é eficiente e chama a atenção, no bom sentido.

As relações que se estabelecem entre o cliente/Marca e o publicitário/agência  são variadas e, muitas vezes, refletem-se depois na comunicação com o consumidor. Há relações que se vão fomentando com o tempo, outras que começam de forma errada, casamentos de conveniência... Há de tudo. Mas o maior conselho que o publicitário dá é que o importante é que as duas partes estejam felizes. 

Outro dos conselhos deixados é: consistência. O publicitário sofre muitas vezes de ansiedade de querer mudar as coisas... às vezes não é preciso nem é o momento.

"Levantar um avião exige muito esforço, é muito peso. Mas assim que está no ar, é velocidade cruzeiro."

Por último, e em jeito de conclusão:

Quais os aspetos que fazem com que a Marca chegue mais facilmente à cabeça e ao coração das pessoas?

O CEO da FCB Lisboa, explica: Um bom principio é descobrir em que é que aquele produto pode ajudar na vida de alguém.

Acreditar que isso é importante e comunicar o produto com o máximo de honestidade e transparência. A partir daí pode fazer-se tudo. De maneira mais divertida, mais séria, tocando na responsabilidade social, ou com humor...

A forma é consequência daquilo que queremos dizer e o que queremos dizer tem de ser algo em que acreditamos muito.

Agora pode ouvir este e outros conselhos sobre o mundo das Marcas no site ou no popcast da RFM, aqui. Todas as quintas-feiras trazemos novos convidados para partilhar experiências e aprendizagens.

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